A máquina racializante: corpo, imagem e visualidade na arte contemporânea latino americana.   

Tadeu Ribeiro

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A pesquisa propõe uma investigação em torno de obras artísticas contemporâneas produzidas na América Latina que, a partir da relação entre corpo e imagem como eixo fundamental, suscitam questões acerca das noções de mestiçagem, racialização, visualidade e alteridade. Para esse propósito, buscamos tecer uma análise crítica de poéticas latino-americanas a partir da década de 1990 até o presente, privilegiando recortes que exploram a história da região através de suas imagens formativas e que buscam tensionar seus enunciados racializantes e exotistas. Nesse sentido, tencionamos traçar aproximações e diferenças entre a produção artística brasileira e as dos demais países latinos, assim como identificar elaborações transversais entre temporalidades e temáticas. Propomos, com o objetivo de examinar as estruturas prevalentes de representação dos corpos racializados e de seus imaginários, a articulação de um conjunto de ferramentas críticas que abordam problemas como a colonialidade do ver, os enquadramentos e perspectivas nos quais são inscritos os corpos latino-americanos no campo das imagens e as dinâmicas de alteridade/outridade produzidas pelo olhar colonial europeu. Desse modo, argumentamos que a experiência colonial moderna instaura não apenas novas categorias de corpos e sujeitos na representação visual, mas que, a partir da invenção da América Latina como objeto representável, consolida-se uma dinâmica inédita no campo das imagens e da visualidade.

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Palavras-chave: corpo, imagem, visualidade, racialidade, América Latina. 

 

El hilo ancestral de Cecilia Vicuña

Karenn de Amorim e Souza

 

A artista chilena Cecilia Vicuña produz instalações e objetos que evocam os saberes
de um passado ancestral. Ao longo de sua carreira, a artista produziu um conjunto
de trabalhos que chama de Quipus, cuja estrutura remete a um método de escrita
andino exterminado pelos europeus durante o período colonial. Os Quipus têm sido
a principal maneira que Vicuña utiliza para comunicar os saberes ancestrais andinos
em encontro com a necessidade de pensarmos sobre o futuro da humanidade de
forma global. A partir disso, a pesquisa utiliza o pensamento decolonial, sobretudo a
teoria crítica acerca da colonialidade do ser e do saber, para examinar parte do
conjunto de Quipus de Vicuña, interpretando-os como uma reconexão entre um
passado ancestral e o presente e, também, uma forma eficiente de colocar em
evidência temas como o imperialismo, colonialismo e marginalização das culturas e
saberes colonizados.

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Palavras-chave: Cecilia Vicuña, decolonialidade, arte latino-americana, América Latina.